Dado que não é possível afirmar que existe algo como uma vacância do poder de Deus, com um intervalo de 2520 anos, como ficou demonstrado no artigo anterior, o que se pode dizer das afirmações da Torre de Vigia de que Jesus Cristo assumiu um reino em 1914? Quando não se tem mais a “tábua de salvação” da doutrina da Torre de Vigia, que se mostra insustentável diante de um exame mais rigoroso, essa é uma pergunta válida.
Todo o Novo Testamento fala sobre o reino de Jesus Cristo, ou Reino de Deus. Há muitas declarações sobre Jesus Cristo com poderes de rei e sobre seus fiéis ascenderem ao céu para reinar com Cristo. Para a Torre de Vigia, Jesus Cristo assumiu sua maior autoridade em 1914. O Novo Testamento, porém, coloca Jesus como rei desde o primeiro século, desde a sua ascensão ao céu.
Ele nos livrou da autoridade da escuridão e nos transferiu para o reino do seu Filho amado (Colossenses 1:13)
O sétimo anjo tocou a sua trombeta. E houve vozes altas no céu, dizendo: “O reino do mundo se tornou o Reino do nosso Senhor e do seu Cristo, e Ele reinará para todo o sempre (Apocalipse 11:15)
Que Jesus Cristo realmente ganhou poderes de rei assim que ascendeu ao céu, é reconhecido pela própria Torre de Vigia, que, para salvar a sua interpretação de que Jesus precisaria esperar até 1914 para tornar-se rei, ela é forçada a dizer que Jesus Cristo tem dois reinos para assumir. Segundo ela, o reino tratado em Colossenses 1:13 é de um tipo, e o reino citado em Apocalipse 11:15 é de outro tipo.
Este Reino é de proporções e dimensões maiores do que “o reino do Filho do seu amor”, mencionado em Colossenses 1:13. “O reino do Filho do seu amor” teve início em Pentecostes de 33 EC e tem dominado sobre os discípulos ungidos de Cristo; “o reino de nosso Senhor e do seu Cristo” é estabelecido no fim dos “tempos designados das nações” e domina sobre toda a humanidade na terra (Estudo Perspicaz das Escrituras, verbete Reino de Deus).
Não há uma única declaração explícita no Novo Testamento a indicar que existem dois tipos de reinos. Em meu livro, demonstro com clareza que não existe duas classes de cristãos, de modo que Cristo possa começar a reinar sobre uma classe e esperar dois mil anos para começar a reinar sobre outra; se assim é, escolher uma ou outra declaração para dizer que esta se refere a um tipo de reino e esta outra a outro tipo de reino soa-me que é ir aos extremos para salvar uma interpretação.
Jesus se aproximou e lhes disse: “Foi-me dada toda a autoridade no céu e na terra (Mateus 28:18).
O uso do verbo no pretérito, “foi-me dada”, mostra que Jesus Cristo já naquele momento estava de posse de toda a autoridade ou poder no céu e na terra. Que poder adicional, então, poderia possivelmente restar para ser dado a ele em 1914? A posição suprema de Jesus após sua ressurreição foi também acentuada pelo apóstolo Paulo em Efésios (Os Tempos dos Gentios Reconsiderados, página 309).
Que ele usou com relação a Cristo quando o levantou dentre os mortos e o fez sentar-se à sua direita nos lugares celestiais, 21 muito acima de todo governo, autoridade, poder, domínio e todo nome que possa ser dado, não só neste sistema de coisas, mas também no que virá. 22 Sujeitou-lhe também todas as coisas debaixo dos pés e o fez cabeça sobre todas as coisas no que se refere à congregação, 23 que é o seu corpo, a plenitude daquele que em tudo completa todas as coisas (Efésios 1:20-23).
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